Os contratos futuros de soja fecharam em direções distintas, mas perto da estabilidade, nesta quarta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). Os primeiros vencimentos subiram, enquanto os mais longos terminaram com perdas. O vencimento julho subiu 0,50 cent (0,06%) e terminou a US$ 8,8950/bushel. A ameaça de tarifas entre Estados Unidos e China pressionou o mercado durante boa parte do dia, mas uma declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, contribuiu para os preços se recuperaram.
Em um evento na Casa Branca que reuniu congressistas republicanos, o presidente comentou que bons acordos comerciais serão anunciados em breve pelos EUA e ressaltou que a Casa Branca está trabalhando em acordos comerciais “muito, muito bons”.
A soja norte-americana é particularmente vulnerável se a China prosseguir com as tarifas planejadas contra as importações dos EUA. A Capital Economics prevê que os preços da soja nos EUA caiam este ano. “Esperamos que exportadores dos EUA terão dificuldades para encontrar novos mercados.”
O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, foi questionado sobre a possibilidade de que seu país perca mercados, com sua postura de impor tarifas, que por sua vez resultam em retaliações. Durante audiência no Comitê de Finanças do Senado, Ross usou o caso das importações de soja norte-americanas à China como exemplo para tratar dessa possibilidade. Segundo ele, o Brasil poderia elevar suas exportações do grão ao mercado chinês, para ganhar fatia de mercado, após as tarifas norte-americanas e as retaliações chinesas recentes. Ross ponderou, porém, que o Brasil teria de elevar essas exportações de soja à China em 60%, para substituir a soja dos EUA, o que não está claro se o País conseguiria fazer, nessa proporção.
Ontem, o conselheiro comercial do presidente Trump, Peter Navarro, disse que o governo norte-americano está trabalhando em medidas que protejam a agricultura e outras indústrias consideradas críticas para o país das tarifas de retaliação que estão sendo ameaçadas pela China em meio a uma crescente disputa comercial entre os dois países. Produtores, contudo, têm visto esse movimento com desconfiança.
Com informações da AgEstado