Anec: bloqueios na BR 163 geram prejuízo de r$ 1,5 mi/dia e podem afetar imagem do Brasil

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estimou em R$ 1,5 milhão por dia o prejuízo com os bloqueios no eixo da BR-163 no sudoeste do Pará. As interrupções no trânsito começaram na semana passada e reduzem o fluxo de caminhões rumo aos terminais de Miritituba e Barcarena. O diretor-geral da Anec, Sérgio Teixeira Mendes, disse ao Broadcast Agro que empresas que atuam na região estão preocupadas com o fluxo de mercadorias para preencher navios.

“Tem um cálculo que indica que toda vez que você interrompe por um dia o fluxo de mercadoria a perda é de R$ 1,5 milhão. Se você fizer outro trajeto e mandar essa mercadoria para o Porto de Santos vai pagar R$ 50 a mais por tonelada de frete, multiplicados pelas 30 mil toneladas que seria o fluxo normal diário (de grãos para exportação pelos terminais do Pará). Cada vez que é interrompido o fluxo, você fica com 30 mil toneladas paradas”, ponderou Mendes.

Para o representante da Anec, além do prejuízo financeiro também pode haver dano à imagem do País como exportador confiável. “É muito mais importante a imagem brasileira no exterior. Tudo isso acaba influindo no prêmio”, assinalou. “Perder a confiabilidade seria muito pior do que prejuízo direto.” O temor do setor é de problemas semelhantes aos que o setor da carne vem enfrentando após a Operação Carne Fraca, delação da JBS e suspensão das importações de carne bovina in natura pelos EUA.

Os protestos, que ocorrem desde a semana passada, se devem ao veto do presidente Michel Temer às Medidas Provisórias 756 e 758, que alteram os limites da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, do Parque Nacional do Jamanxim e da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós, e estão relacionados a questões fundiárias e de atividade econômica na região. Nesta quinta-feira, o protesto de produtores, comerciantes e sociedades civil ocorre em Novo Progresso, no Pará, segundo os organizadores. Os bloqueios têm ocorrido com a interrupção do tráfego durante 24 horas. A passagem só é liberada em emergências, caso das ambulâncias.

A expectativa do setor era de que o governo reavaliasse os temas abordados nas MPs e que o fluxo pela rodovia fosse normalizado em breve. A Anec disse não ter recebido até o momento informação de associadas de cancelamento ou remanejamento de navios nos portos do Pará.

O diretor-geral da Anec ressalta que o que mais preocupa agora é o fluxo de milho. “A exportação de milho está começando agora.” A Anec prevê que o Brasil exportará 107 milhões de toneladas de grãos, sendo 62 milhões de toneladas de soja, 30 milhões de toneladas de milho e 15 milhões de toneladas de farelo.

 

Com informações da AgEstado

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