Os contratos futuros de soja fecharam em queda de mais de 2% nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago (CBOT), em um movimento de correção e realização de lucros após os ganhos de sexta-feira. O vencimento novembro recuou 22,50 cents (2,52%) e terminou a US$ 8,72/bushel. O julho caiu 22,25 cents (2,55%), para US$ 8,5175/bushel.
Na sexta-feira, os preços subiram 4,5% apesar de a China ter implementado tarifas contra US$ 34 bilhões em produtos norte-americanos, incluindo a soja, com traders apostando que isso já havia sido embutido nos preços. Antes de a sobretaxa entrar em vigor, a oleaginosa vinha caindo e tinha atingido o menor nível em quase dez anos. Contudo, analistas disseram que o mercado começou a semana com cautela até que haja maior clareza sobre como ficará a demanda chinesa.
Em nota, a BMI Research disse que a disputa comercial entre EUA e China deve limitar os preços de referência nos mercados agrícolas, já que o país asiático vai comprar menos produtos norte-americanos. A consultoria disse que os preços da soja na CBOT são os mais vulneráveis e podem recuar. No entanto, descartou uma forte queda das cotações no momento. Segundo a BMI, a necessidade de importação chinesa não costuma variar muito e deve ser redirecionada para fontes alternativas.
Em seu relatório semanal de inspeção para embarques nos EUA, o USDA apontou que o volume de soja embarcado pelo país diminuiu 23% na semana encerrada em 5 de julho, para 654.834 toneladas. Nesta segunda-feira, exportadores relataram ao USDA vendas de 132 mil toneladas de soja dos EUA para destinos não revelados com entrega na temporada 2018/19.
Enquanto isso, uma onda de clima quente do Meio-Oeste está causando preocupação, mas as previsões atualizadas mostraram condições mais frias e úmidas a partir da próxima semana, o que também pesou sobre as cotações.
O mercado passa ainda por um ajuste antes do relatório de oferta e demanda que o USDA divulgará na quinta-feira (12). A média dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal prevê que o USDA aumentará de 4,280 bilhões de bushels (116,49 milhões de toneladas) para 4,329 bilhões de bushels (117,83 milhões de toneladas) a sua previsão de produção dos EUA em 2018/19. Com relação ao estoque, o mercado espera que a projeção para o volume armazenado ao fim da temporada 2018/19 passará de 385 milhões de bushels (10,48 milhões de toneladas) para 491 milhões de bushels (13,36 milhões de toneladas).
Com informações da AgEstado