CBOT fecha em queda com disputa comercial e alta do dólar

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Os contratos futuros de milho fecharam em queda na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta terça-feira, influenciados pelo agravamento da disputa comercial entre Estados Unidos e China e pela valorização do dólar no mercado internacional. O vencimento julho perdeu 2,25 cents (0,63%) e fechou a US$ 3,53/bushel.

Na segunda-feira, o presidente Trump determinou a elaboração de uma nova lista de bens chineses no valor de US$ 200 bilhões a serem tarifados em 10% na importação, em resposta às tarifas chinesas sobre importação de produtos norte-americanos anunciadas na sexta-feira. A decisão chinesa já havia sido tomada em resposta a medidas divulgadas pelo governo norte-americano.

Hoje pela manhã, o conselheiro comercial de Trump, Peter Navarro, disse que o presidente está disposto a conversar com a China e outras nações sobre o comércio, mas quer também que outros países tomem medidas. “A China tem mais a perder em disputa comercial do que nós”, afirmou Navarro, destacando que os EUA não estão despreparados para proteger indústrias contra retaliação da China e que o governo está “trabalhando para proteger agricultores em meio a disputa com China”.

Antes dos anúncios, o milho era um dos produtos da lista negociada para que a China ampliasse compras dos EUA, caso o país abandonasse a intenção de tarifar importações de produtos chineses. A China não é o maior comprador do milho e do trigo norte-americanos, ao contrário da soja.

Também nesta manhã, o presidente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), Yi Gang, afirmou que o país asiático está em boa posição para lidar com conflitos comerciais e pediu que os investidores mantenham a calma e tenham visão racional da volatilidade dos mercados. O principal índice da Bolsa de Xangai fechou em baixa de 3,78% nesta terça-feira.

A estrategista de commodities agrícolas do JP Morgan, Tracey Allen, afirmou que, com a crescente tensão entre os dois países, muitos investidores “se afastaram dos mercados agrícolas”. “Há uma enorme incerteza sobre os rumos do fluxo de exportação dos EUA”, comentou.

Os futuros do cereal também foram pressionados pelo avanço da moeda norte-americana ante as principais divisas, que reduz a competitividade de commodities produzidas nos EUA. Além disso, a qualidade das lavouras de milho do país melhorou 1 ponto porcentual na semana encerrada no último domingo (17), com 78% das lavouras em situação boa a excelente, segundo relatório de ontem do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Há expectativa, ainda, de que chuvas e temperaturas mais baixas manterão condições favoráveis às lavouras.

Com informações da AgEstado

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