O dólar fechou em queda nesta quinta-feira, com o real entre as divisas de melhor desempenho global nesta sessão, conforme o mercado reduziu o prêmio de risco político relacionado à reforma da Previdência.
Investidores também acompanharam declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre intervenções no mercado de câmbio, no dia em que a autoridade monetária completou a rolagem de mais 10 bilhões de dólares em swaps cambiais que expirariam em julho.
Campos Neto negou que haja uma mudança na política cambial, depois de ser questionado sobre comentários do diretor de política monetária, Bruno Fernandes, feitos mais cedo.
Fernandes havia afirmado que o custo para o mercado de carregamento dos swaps cambiais aumentou nos últimos anos e que é dever do BC reavaliar continuamente os custos e benefícios dos instrumentos disponíveis e eventualmente oferecer alternativas.
“Fiquei com a impressão de que o BC quer trocar swap por reserva”, disse um gestor sob condição de anonimato.
O BC realizou nos últimos dias número relevante de leilões de linhas de dólares com compromisso de recompra (recursos que saem das reservas), visando prover liquidez em período tipicamente de saída de capital. Apenas em junho até o momento, foram liquidadas vendas de 6 bilhões de dólares nessas operações, maior valor desde dezembro passado.
O noticiário político doméstico também fez preço no câmbio. Depois de ruídos recentes, investidores ficaram satisfeitos com declarações de membros do Congresso sobre a importância da reforma previdenciária, a despeito da presença recente de alguns ruídos com o Executivo.
O mercado se apegou a informações de que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teria garantido que votará a reforma da Previdência no plenário da Casa antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho. O relator do projeto da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), foi na mesma linha.
À tarde, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), demonstraram alinhamento sobre a necessidade da aprovação da matéria.
O dólar à vista caiu 0,36%, a 3,833 reais na venda.
Mais cedo, a cotação havia subido 0,71% na máxima, acima de 3,87 reais.
Na B3, o contrato de dólar futuro de maior liquidez DOLc1 cedia 0,55%, para 3,8220 reais.
Com informações da Reuters