Soja neutraliza mau humor e reverte parte do prejuízo

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Depois de 3/out muita coisa mudou para diversos mercados. Nesse dia, o S&P 500, que parecia não ter limites para subir, sinalizou exaustão técnica e de lá para cá caiu ladeira abaixo. Hoje, voltou a despencar e deixou um gap de baixa no gráfico.

A aversão ao risco também pressionou o mercado do petróleo. Desde 3/out, o barril base contrato jan/19 do WTI negociado na Nymex caiu mais de US$ 23 até hoje, com nova quebra de mínima da posição.

Por outro lado, a soja conseguiu reverter parte da forte perda de ontem porque os preços mais baixos conseguem atrair o interesse da demanda. Nesta terça-feira (20), o USDA divulgou o alerta de venda de 123 mil toneladas de soja 18/19 dos EUA para destinos desconhecidos.

Na semana passada, os alertas de vendas para esses destinos somaram mais de 500 mil toneladas. Porém, embora não se saiba exatamente qual país fechou essas transações, a certeza é que não foi a China que voltou ao balcão de compra. Aliás, no relatório de registros de exportação da semana passada o USDA mostrou que os chineses cancelaram a compra de mais 195 mil toneladas do grão.

Como o plantio da soja foi feito com rapidez no Brasil e as lavouras seguem sob clima favorável, fica a expectativa sobre o comportamento da demanda chinesa porque aqui já deve ter produto novo no mercado no fim de dezembro.

Por falar em China, as declarações e interpretações desencontradas sobre possíveis acordos comerciais com os EUA têm mexido com o humor do mercado de forma negativa. Se até a pouco rumores de que as conversas poderiam avançar acalmaram os ânimos, agora parece que o investidor quer esperar para ver o que sai de concreto.

Esse assunto deve ganhar relevância nos próximos dias por causa da proximidade da reunião do G20 que começa na próxima semana na Argentina. Para amanhã, os mercados tendem a adotar postura defensiva por causa do feriado de Ação de Graças nos EUA.

 

Por Heitor Hayashi

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