Novos capítulos da novela – Cercado por rumores, mercado adota postura defensiva e sinaliza preferir esperar a especular resultado da reunião entre EUA e China no encontro do G20. Hoje os dois lados disseram estar dispostos a chegar a acordo para minimizar o impacto da guerra comercial, mas o mercado não comprou a ideia.
Perspectiva de acordo? – Na prática, a China demonstra estar firme na posição de não comprar soja dos EUA até quando isso for possível. O relatório semanal de registros de exportações da semana fechada em 22/nov mostrou que os chineses cancelaram a compra de mais 63 mil toneladas de produto 18/19. Desde o início do atual ano comercial a China já cancelou a importação de mais de 800 mil toneladas.
Demanda mais frasca – Além de a China ter vindo buscar soja no Brasil com um apetite voraz, a incidência da peste suína no país asiático tende a reduzir o consumo de ração e, consequentemente, a demanda pela oleaginosa. Sem esquecer que em breve chega mercadoria nova da América do Sul.
Um tuíte que mudou tudo – A não ser que aconteça uma desgraça amanhã (30), a soja tende a fechar o mês de novembro com bom saldo positivo. Em outubro, o contrato jan/19 do grão fechou a US$ 8,5175. Hoje no pior momento do dia a posição bateu em US$ 8,8250. Ou seja, o grão teria de cair 30 pontos para fechar no vermelho. Não dá para esquecer, é claro, que o motivo para a soja ter iniciado o mês em forte alta foram declarações vazias de Trump. Tudo pode mudar dependendo do que for conversado em Buenos Aires.
Outra novela – Ontem no encerramento do dia o mercado absorveu com desconfiança a declaração do chairman do Fed, que deu a entender que o banco pode reduzir o ritmo das altas dos juros nos EUA. Em princípio, isso derrubou o dollar index, mas hoje o índice conseguiu reverter parte da perda.
Por Heitor Hayashi